Eleições municipais 2016, em São Bernardo do Campo:  percurso de um postulante ao cargo de vereador

Eleições municipais 2016, em São Bernardo do Campo:  percurso de um postulante ao cargo de vereador

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Princípios fundamentais:

A cidade de São Bernardo do Campo, possui cerca de 850 mil habitantes. Destes 610 mil, são votantes, mas apenas 340 mil foram às urnas em 02 de outubro. Fato este que revela um ligeiro descontentamento com a configuração da política no contexto federal; no entanto, o resultado foi direto e certeiro nas eleições municipais. A cidade vinha sendo administrada por Luís Marinho(PT), por dois mandatos consecutivos, desde 2008. Como substituto o prefeito petista apresentou Tarcísio Secoli(PT) ex-Secretário de Serviços Urbanos do Município, pouco conhecido na cidade. No rol de concorrentes tinha: Orlando Morando (PSDB) Deputado Estadual, Alex Manente (PPS) Deputado Federal, Aldo Santos (PSOL) professor aposentado, Tonico Vieira (PMDB), ex-vereador e Cesar Raya (PSTU), professor da rede pública estadual.

Contexto sócio-político municipal

O administrador que assumir como gestor desta cidade, em 1º de janeiro, vai receber uma dívida enorme e um conjunto de obras inacabadas, nas áreas de mobilidade urbana, que apresentam vários gargalos no sistema viário. Tem também a questão da obra de coleta de esgoto, que hoje mais de 70% dos dejetos sólidos são jogados, sem tratamento direto na represa bilíngues, outra questão importantíssima é a regularização fundiária. Além de outras demandas, como: déficit de vagas em creches e merenda escolar inadequada. Para o segundo turno disputam a prefeitura os deputados Orlando Morando e Alex Manente.

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Aspectos da decisão de participar do pleito

O percurso para participar das eleições municipais 2016, teve terreno fértil no âmbito da escola pública estadual, onde leciono acerca de 10 anos na cidade de São Bernardo do Campo. Nesta ocasião, militantes do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), se aproximaram de mim e disseram que o trabalho que eu realizava com jovens na comunidade do Jd. Represa, no Ponto de Cultura, era um diferencial na cidade e isso podia ser reconhecido a tal ponto que podíamos conseguir uma cadeira na Câmara de Vereadores. Diante desta proposta em 15/05/16, reuni um grupo de lideranças de bairro, em assembleia, e questionei se eles concordavam que meu nome entrasse como postulante ao cargo de vereador pelo PSOL?

Construção do roteiro de campanha

Frente a decisão positiva, passamos, então a organizar o roteiro de campanha. A primeira ação foi comunicar amigos e parentes, mais próximos por meio de visitas e pequenas reuniões estratégicas: esse movimento foi denominado de “psol de casa em casa”. Realizamos ao menos 20 reuniões, falamos com cerca de 500 pessoas nesta primeira etapa. Nossa segunda ação foi denominada: “psol de rua em rua”, que consistiu em sairmos de rua em rua, dialogando com moradores e transeuntes e apresentando nossa proposta para o legislativo. Desta forma percorremos boa parte da cidade, considerando, sobretudo, a falta de amparo financeiro do partido que não forneceu, nem mesmo material para a realização da campanha. Todo custo ficou por conta do candidato.

img_1945Expectativas elencadas a partir do desenvolvimento da campanha

A campanha do candidato a vereador Professor Nonato, do ponto de vista de mobilização de militantes apresentou o maior volume, recebeu apoio de diversas áreas da administração municipal: membros da educação, da saúde, da Guarda Civil. Além de instituições externas a cidade: Associação de Consultores, Assessores e Articuladores Políticos do Estado de São Paulo – ACAAPESP, que apoiou com carro de som, e membros da Maçonaria, que nos apoiou, por meio de vídeo publicado na internet. Diante do exposto construímos um repertório de expectativas acerca da possibilidade de sermos eleito.
Apuração dos fatos

Foram cinco meses de trabalho, em função da candidatura, desde a decisão coletiva, realizada em assembleia, no mês de maio até as eleições em 2 de outubro. Entenda aqui esse período como sendo o de pré-campanha e campanha, propriamente dita. Assim sendo, fica exposto de forma bem sucinta o percurso de um postulante ao cargo de vereador na cidade de São Bernardo do Campo, que entrou neste desafio apostando apenas nas ideias, desprovido de recursos financeiros, materiais e humanos. Ao final conseguimos heroicos 489 votos, aos quais devo muita gratidão, por acreditarem e apostarem numa proposta de trabalho que levou para a cidade a ideia e o compromisso de instituir um mandato popular e democrático.

Autor: Raimundo Nonato da Silva Filho
Professor da rede pública estadual de São Paulo – Mestre em Educação e Especialista em educação inclusiva

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